A NBA é uma liga onde o talento individual brilha, mas o verdadeiro sucesso vem das franquias bem estruturadas, com visão de longo prazo, cultura vencedora e capacidade de adaptação. Na década entre 2013 e 2023, algumas equipes se destacaram de forma marcante, não apenas pelos títulos conquistados, mas pelo impacto cultural, consistência de desempenho e habilidade de se reinventar. Neste artigo, destacamos as três maiores franquias da NBA da década, explorando seus principais momentos, craques e o legado que construíram nesse período tão competitivo.
A franquia dos Golden State Warriors foi, sem dúvidas, o símbolo de uma nova era na NBA. Baseado em Oakland, e depois em San Francisco, o time californiano transformou completamente a forma como o basquete moderno é jogado. A partir de 2014, sob o comando do técnico Steve Kerr e com Stephen Curry como principal astro, os Warriors construíram uma dinastia que marcou profundamente a década.
Entre 2015 e 2022, os Warriors chegaram a seis finais da NBA, vencendo quatro campeonatos: 2015, 2017, 2018 e 2022. O time ficou conhecido pelo seu ataque devastador baseado em arremessos de longa distância, movimentação intensa e defesa sólida. Além de Curry, nomes como Klay Thompson, Draymond Green e, por um período, Kevin Durant, formaram uma das unidades mais dominantes da história.
O sucesso dos Warriors não foi apenas dentro de quadra. A franquia se tornou um fenômeno global, com fãs ao redor do mundo e um valor de mercado em crescimento acelerado. A construção do Chase Center em San Francisco simbolizou essa nova fase de prosperidade. A equipe provou que era possível vencer com estilo, eficiência e um foco no jogo coletivo, mudando o DNA da liga.
Outro ponto importante foi a reinvenção. Após um período de reconstrução forçada por lesões e saídas de jogadores-chave, os Warriors voltaram ao topo em 2022, mostrando resiliência e competência organizacional. Essa capacidade de se adaptar, somada ao impacto técnico e cultural, coloca os Warriors como a maior franquia da década.
Os Lakers são uma das franquias mais históricas da NBA, e durante a década, passaram por altos e baixos até alcançarem um novo título que reforçou sua grandeza. Entre 2013 e 2018, o time enfrentou uma fase difícil, marcada por reconstruções frustradas e trocas pouco eficazes. Mas tudo começou a mudar com a chegada de LeBron James em 2018, uma das maiores estrelas da história da liga.
A franquia rapidamente passou por uma transformação. Em 2019, a contratação de Anthony Davis trouxe o parceiro ideal para LeBron, e a dupla liderou os Lakers rumo ao título da NBA em 2020. A conquista, alcançada dentro da “bolha” da NBA criada durante a pandemia da COVID-19, teve um valor simbólico enorme, tanto pelo contexto desafiador quanto pela homenagem ao ídolo Kobe Bryant, falecido no início daquele ano.
Esse campeonato representou não só o 17º título da franquia — igualando-se ao Boston Celtics como a equipe mais vitoriosa da liga — mas também a reafirmação dos Lakers como uma força relevante mesmo após anos de instabilidade. Embora não tenham mantido a mesma consistência de outras franquias ao longo da década, sua capacidade de atrair grandes estrelas, se reerguer e conquistar em grande estilo os coloca entre os maiores da era recente.
Além disso, a relevância cultural dos Lakers é inegável. A equipe é sinônimo de espetáculo, atrai atenção da mídia e conta com uma base de fãs global. A presença de celebridades em seus jogos, o peso da camisa e a tradição vencedora contribuem para que o time siga sendo uma das franquias mais influentes e importantes da NBA, década após década.
Se os Warriors simbolizam inovação e os Lakers representam tradição, os Milwaukee Bucks personificam o poder do desenvolvimento sustentável, da paciência e da lealdade. A franquia do estado de Wisconsin viveu um verdadeiro renascimento na década, especialmente após o crescimento de Giannis Antetokounmpo, um jogador que evoluiu de promessa desconhecida para um dos maiores nomes do esporte mundial.
A base do sucesso dos Bucks foi construída com planejamento. A gestão da equipe investiu em jovens talentos, criou uma cultura sólida e apostou na continuidade. Giannis tornou-se o pilar da equipe, e seu comprometimento com a cidade, recusando propostas de grandes mercados para permanecer em Milwaukee, fortaleceu o elo entre franquia e torcida.
O auge desse trabalho veio em 2021, quando os Bucks conquistaram o título da NBA, encerrando um jejum de 50 anos sem levantar o troféu. A campanha histórica incluiu viradas emocionantes, atuações lendárias de Giannis — incluindo um jogo final com 50 pontos — e a consagração de uma filosofia baseada em defesa forte, disciplina tática e união.
O título colocou Milwaukee entre as grandes franquias da década, não apenas pelo troféu em si, mas pelo simbolismo de vencer fora dos grandes mercados e mostrar que é possível construir uma equipe campeã com consistência e visão. O sucesso dos Bucks serve como inspiração para outras franquias médias que buscam competir em alto nível com os gigantes da liga.
Outro ponto que merece destaque é a imagem positiva que a franquia construiu, mantendo um elenco coeso e comprometido, com atletas como Khris Middleton e Jrue Holiday assumindo papéis fundamentais na trajetória vitoriosa. O modelo de Milwaukee prova que, com estratégia e paciência, é possível desafiar o status quo da liga.
Analisar o impacto de uma franquia vai muito além de contar os anéis conquistados. As três equipes que dominaram a NBA entre 2013 e 2023 — Golden State Warriors, Los Angeles Lakers e Milwaukee Bucks — moldaram a liga de diferentes formas, cada uma deixando um tipo de legado que influencia o presente e definirá o futuro.
Os Warriors mudaram a forma de jogar basquete, criando um estilo baseado em arremessos de três pontos, mobilidade e leitura de jogo. Eles também mostraram a importância da gestão esportiva moderna, com integração entre o técnico, a diretoria e o departamento de desenvolvimento. Sua dinastia abriu portas para uma nova forma de pensar o basquete e influenciou todos os níveis do esporte, desde o colegial até seleções internacionais.
Os Lakers, por sua vez, provaram que tradição ainda importa. Sua capacidade de atrair grandes jogadores, mesmo em períodos de baixa competitividade, mostra a força da marca e a importância da história em uma liga globalizada. O título de 2020 reafirmou essa grandeza, enquanto o impacto emocional da perda de Kobe Bryant também fortaleceu a união entre franquia, jogadores e torcida.
Já os Bucks mostraram que é possível vencer com lealdade, paciência e construção interna. O projeto de Milwaukee reforça que o sucesso sustentável exige tempo, visão estratégica e um elenco comprometido. O título de 2021 não apenas recompensou a franquia e sua torcida, mas também redefiniu as possibilidades para times fora dos grandes centros de mídia e negócios.
Além dos aspectos técnicos e organizacionais, essas franquias influenciaram também no engajamento social. Jogadores das três equipes se envolveram em causas sociais, utilizaram sua visibilidade para gerar impacto positivo e ajudaram a transformar a NBA em uma das ligas esportivas mais progressistas do mundo. O compromisso com a justiça social, a inclusão e a representatividade faz parte da identidade moderna dessas franquias.
Cada uma delas, à sua maneira, deixou uma marca indelével na história da NBA. O impacto vai além das quadras: elas definiram tendências, inspiraram torcedores e mostraram que há diferentes caminhos para o topo. Seja por meio da inovação, da tradição ou da construção paciente, essas três franquias representam o que há de melhor na NBA da última década — e certamente continuarão influenciando o futuro da liga nos próximos anos.